quarta-feira, 27 de julho de 2016

Inconcebível: Câmara Municipal de Lisboa pretende destruir brasões no jardim da Praça do Império


Fonte da imagem: Blogue de Lisboa

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A proposta vencedora do concurso promovido pela Câmara de Lisboa para a “renovação” do Jardim da Praça do Império não prevê a manutenção dos brasões coloniais, contemplando apenas a recuperação do escudo português e do relógio de sol existentes. A decisão está a gerar uma onda de críticas.

Da agenda da reunião camarária desta quarta-feira consta a aprovação do relatório final do júri do concurso, que classificou em primeiro lugar a proposta do atelier ACB Arquitectura Paisagista, dirigido por Cristina Castel-Branco. Em segundo lugar ficou Verónica Ribeiro de Almeida e em terceiro OH! LAND STUDIO, tendo os outros cinco concorrentes sido excluídos do procedimento.

A memória descritiva da proposta vencedora ainda não foi divulgada pela autarquia, mas sabe-se já que não está prevista a manutenção dos brasões em mosaico-cultura das ex-colónias portuguesas que existiam (em melhor ou em pior estado de conservação) no friso exterior da fonte monumental do jardim nem dos brasões das cidades e províncias que marcavam os canteiros laterais da fonte. Em seu lugar vão surgir relvados e, segundo é possível perceber numa imagem do projecto à qual o PÚBLICO teve acesso, um “jardim de plantas dos Jerónimos” [com as plantas que estão representadas nas fachadas do Mosteiro dos Jerónimos] e canteiros de herbáceas.

Como estava determinado nos termos de referência do concurso, a proposta eleita contempla a preservação do traçado do jardim, localizado na freguesia de Belém, e de elementos como o relógio de sol e o escudo português. Na já mencionada imagem do projecto é também possível perceber que vai haver uma ampliação da área de calçada e uma plantação de árvores (oriundas do Brasil, china, Índia e Japão) nos quatro cantos da praça central na qual está implantada a fonte.

“É um apagão da história”, critica em declarações ao PÚBLICO o vereador do CDS na Câmara de Lisboa, acusando o vereador da Estrutura Verde de com esta decisão revelar “um enorme preconceito ideológico”.  “O erro está na forma como isto tudo foi conduzido. É uma teimosia do Sá Fernandes”, avalia João Gonçalves Pereira, notando que nos termos de referência do concurso “nunca era referido que tinha que se preservar a questão histórica”.

“Não devemos fingir que os momentos menos bons não aconteceram”, diz o autarca centrista, para quem “a história não pode ser apagada”. João Gonçalves Pereira estende as suas críticas ao presidente do município, Fernando Medina, que acusa de deixar o vereador José Sá Fernandes “à solta”, porque “não vê nada que não sejam obras”.

Também o líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa já se pronunciou sobre este caso. Em comunicado, sérgio de Azevedo lamenta aquilo que considera ser uma “obsessão” do vereador da Estrutura Verde e sublinha que Lisboa é feita “de gente com história e com passado”.

Para o autarca, a decisão de acabar com os brasões demonstra “um preconceito ideológico gritante próprio da pequena dimensão intelectual de Sá Fernandes, para quem construir cidade não é mais do que a construção de ciclovias fantasmagóricas, atribuições pouco esclarecidas da exploração de quiosques e um conjunto de medidas trendy mas que não servem objectivamente ninguém”.
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Fonte do texto: Jornal Público on-line 19/7/2016
Texto de Inês Boaventura



Tal como seria impensável proceder a obras de (restyling) transformação do Mosteiro dos Jerónimos num edifício de carácter mais contemporâneo, considero que os fabulosos jardins da Praça do Império devam permanecer no seu estado original, mas obviamente não no estado de semi-abandono tal como se verifica actualmente (plantas e elementos construídos). Na qualidade de Arquitecto Paisagista jamais seria capaz de concorrer a este concurso promovido pela Câmara de Lisboa.




terça-feira, 12 de julho de 2016

TIMOR-LESTE CELEBRA A SELECÇÃO PORTUGUESA CAMPEÃ EUROPEIA DE FUTEBOL 2016






Fonte das imagens: Timor - a ilha feiticeira