Casas na árvore
Automotora M1, 1943, construída em Portugal, segundo o projecto do Eng. Vasco Viana.
O desinteresse – actual – da sociedade portuguesa em geral (nomeadamente: políticos, imprensa, blogs, “intelectuais”, etc.), salvo raras excepções, pela indústria e engenharia portuguesa de origem nacional, é algo de extremamente lamentável; em parte explica a cada vez maior pobreza, perda de importância e dependência (face ao exterior) de Portugal.
«Porque um regime em que o BPN se criou e agiu em toda a liberdade não merece confiança alguma.
Primeiro, porque o Banco de Portugal, como se não lhe chegasse o fiasco do BCP, falhou completamente nas suas funções de fiscalização. E, segundo, porque entre a gente que, da fundação à “falência”, ocupou altos cargos no BPN estavam figuras políticas da maior importância: José de Oliveira e Costa (secretário de Estado de Cavaco), Dias Loureiro (ministro de Cavaco), Daniel Sanches (ministro de Santana), Rui Machete, o inevitável Guilherme de Oliveira Martins e um genro de Aznar, ex-secretário do Partido Popular espanhol. Isto põe um problema essencial. Se a justiça portuguesa não desembaraça rapidamente a tremenda meada do BPN, se não apura rapidamente responsabilidades sem respeito ao estatuto e posição seja de quem for e se não julga e pune rapidamente os culpados, prova, proclama e fundamenta a corrupção do Estado.»
Fonte: Jornal Público, 8 de Novembro de 2008, parte de um artigo de Vasco Pulido Valente, intitulado Uma questão de Estado.
«Onde outrora existiram densos e formosos soutos, apenas encontramos hoje raros e dispersos Castanheiros, belos gigantes vegetais que sobrevivem, mutilados, ao decorrer dos séculos, com a cárie a minar-lhes impiedosamente o tronco, mas que vicejam umbrosos nas quebradas das serras, a recordar-nos a cada passo a riqueza que tivemos nas mãos, que nunca aproveitámos a fundo, e que deixámos perder.»
«verifica-se ser possível, com os recursos e conhecimentos de que hoje dispomos, empreender, com suficiente segurança, a rearborização pelo Castanheiro de consideráveis superfícies no Centro e Norte do país, e deste modo reconstruir uma riqueza quase perdida, desde que se trabalhe com método, prudência, ciência e consciência.»