domingo, 11 de maio de 2008

Manuela Ferreira Leite - a melhor opção


Estamos perante uma situação em que o orgulho e o respeito do PSD como partido de poder está em causa, como nunca esteve. A única candidata, mesmo carregando as suas imperfeições, capaz de salvar o partido é Manuela Ferreira Leite. A única pessoa que é vista pelos seus adversários políticos como absolutamente credível, competente e séria. MFL tem capacidade de juntar os melhores especialistas em todas as áreas se vier a formar governo. Tem bom senso para aprender com os erros do passado, e não repeti-los. Dá ao país uma garantia de diferença de estilo, ao não concordar com a política de propaganda deste governo socialista. É humilde. Transporta uma imagem de frieza que não se pode confundir com arrogância, mas sim com uma sobriedade e distanciamento que um primeiro ministro deve manter a todos os níveis.

Manuela Ferreira Leite é muito criticada pelo seu trabalho como Ministra das Finanças, por comparação com a actual performance do actual detentor da pasta. Discuto a seriedade desse argumento com várias razões:

- A melhoria das contas públicas deve-se essencialmente à prestação do lado da receita. A receita pública aumentou devido, em grande parte, à maior eficácia na recolha de impostos. O mérito desse trabalho cabe, quase exclusivamente, ao Dr. Paulo Macedo, enquanto dirigiu a Direcção Geral dos Impostos.

- Quem nomeou Paulo Macedo para essa função foi Manuela Ferreira Leite. O governo socialista recolheu os louros do trabalho de Paulo Macedo na DGCI. Foi uma questão de timing.

- A situação económica actual, em Portugal, é melhor do que em 2003-2004. O ano de 2003 foi
de recessão económica. A situação económica não era nada favorável para a melhoria das contas públicas.

- O descalabro dos 6 meses do Governo de Santana Lopes não contou com a presença de MFL. MFL manteve a sua posição clara ao não se compatibilizar com Santana Lopes e sair do governo pelo seu pé. Ficou-lhe muito bem.

As habituais vozes dentro do PSD que se afirmam contra MFL não partem das "bases". Devemos considerar como bases os militantes do partido que têm um participação cívica na sociedade, aqueles que para além da sua ocupação profissional ainda arranjam tempo para dar o seu contributo ao partido, ou aqueles cuja ocupação profissional é o próprio partido, sem outra experiência que não a militância e com receio de vir a perder o lugar quando o líder muda? Uma coisa podemos garantir: Os primeiros apoiam MFL e os segundos apoiam os restantes candidatos. Um observador atento do partido tira facilmente esta conclusão. MFL não vem para prometer nada, apenas promete uma dose de realidade. Os restantes candidatos (Santana Lopes e Passos Coelho), habituados que estão a singrar no meio das juventudes partidárias e das estruturas regionais e distritais do partido, sabem que para ganhar esse voto têm de prometer lugares e distribuí-los. E, com esta actuação, conseguem melhores resultados do que aqueles que se previam, dada a performance fraca em sondagens (contra o Governo PS) e os resultados em eleições legislativas recentes.

Adenda: Não vejo problema em transmitir posições públicas em espaços de opinião privada como são os blogues. Na minha óptica, um blogue sem definição clara e antecipada de opinião é um espaço de hipocrisia e calculismo.